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Jornalismo de Educação: O papel da comunicação no desenvolvimento educacional dos cidadãos

Atualizado: 12 de nov. de 2024

Com abordagem especializada, o jornalismo de educação aprofunda o debate sobre temas fundamentais, propiciando uma sociedade mais posicionada e informada sobre os desafios e avanços do setor


Por Anny Caroliny Rêgo, Layse Gonçalves e Raquel Oliveira 

Editor: Débora Monteiro





O jornalismo de educação tem se consolidado como uma poderosa ferramenta de informação. Por meio desta especialização, são produzidos conteúdos que não apenas informam, mas também proporcionam um entendimento mais profundo sobre questões fundamentais, desde assuntos factuais relevantes, como Enem e greves de professores, a reportagens especiais, como a financeirização da educação, por exemplo.


A proposta é que, ao esclarecer e aprofundar esses temas, o jornalismo de educação amplie o impacto da educação formal e contribua para a formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de refletir sobre os desafios e oportunidades da educação no contexto atual.


Para compreender melhor os desafios do jornalismo de educação no Brasil, conversamos com Mariana Tokarnia, vice-presidente da Associação de Jornalistas de Educação - Jeduca e repórter da Agência Brasil. A Jeduca é uma associação dedicada a qualificar a cobertura jornalística de educação no país e a promover esse tipo de jornalismo.


Mariana Tokarnia, vice-presidente da Associação de Jornalistas de Educação

Foto: Tiago Queiroz/Jeduca


A associação, que foi fundada em 2016, oferece uma série de recursos gratuitos, como cursos e oficinas, e promove eventos importantes como o Congresso Internacional de Jornalismo de Educação. "Nosso papel na Jeduca é apoiar jornalistas e profissionais da comunicação na realização de coberturas mais profundas e especializadas sobre educação", explica Mariana.


Segundo ela, o jornalismo de educação é uma abordagem que pode transformar a maneira como as pessoas percebem pautas complexas e importantes do dia a dia. "Antes, o jornalismo de educação estava muito restrito a temas como vestibulares e greves. Hoje, as pautas educacionais atravessam muitos assuntos, que incluem questões políticas, econômicas e até ambientais", comenta ela.


A Jeduca também incentiva a produção de reportagens especiais sobre educação por meio de editais, como o Edital de Jornalismo de Educação, realizado em parceria com a Fundação Itaú, que oferece bolsas para jornalistas desenvolverem pautas aprofundadas na área, sempre buscando diversificar a cobertura e trazer novas perspectivas para o debate sobre educação.


Além de fornecer suporte técnico e profissional para jornalistas, a Jeduca acredita que o jornalismo educacional tem um papel fundamental na democratização da educação no Brasil. "A comunicação é um direito humano, e precisamos garantir que todos tenham acesso a ferramentas que os permitam exercer esse direito plenamente", acrescenta a vice-presidente da associação.



Com a popularização das tecnologias comunicacionais, o jornalismo de educação se torna uma ferramenta cada vez mais relevante, especialmente para atingir públicos diversos, incluindo jovens e comunidades em áreas de vulnerabilidade social. "A ideia é promover o empoderamento das pessoas por meio da comunicação, oferecendo-lhes as ferramentas necessárias para expressarem suas opiniões e construírem conhecimento de forma colaborativa", conclui Mariana.



Embora o jornalismo educativo seja um âmbito de grande importância e relevância social, ainda enfrenta desafios significativos, especialmente em relação à formação de profissionais capacitados para atuar nesse campo. "Ainda temos poucos profissionais que se dedicam exclusivamente ao jornalismo de educação", comenta Mariana. "Muitos acabam cobrindo educação junto com outras áreas, como saúde ou política, o que pode dificultar a especialização".


Educação: um direito humano garantido pela Constituição


A educação, reconhecida como um direito humano fundamental, está assegurada pela Constituição Federal do Brasil. O Artigo 6º da Carta Magna estabelece que "são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição". Além disso, o país é signatário da Declaração Universal de Direitos Humanos, cujo Artigo 26 afirma que "toda a pessoa tem direito à educação", e que "a educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental".


No entanto, apesar desse robusto amparo legal, a realidade brasileira ainda está distante do ideal. A universalização de uma educação de qualidade para todas as pessoas continua sendo um desafio, restrito a certos privilégios. "No Brasil, infelizmente ainda lutamos por uma educação universal e de qualidade para todas as pessoas. Isso ainda é privilégio, mas está previsto na Constituição e no amplo arcabouço de leis que temos. Para mim, cabe aos jornalistas lembrar disso e cobrar do poder público", afirma Mariana Tokarnia.


A luta por uma educação inclusiva e acessível, conforme esses marcos legais, permanece uma pauta fundamental para a sociedade e os comunicadores, que têm o papel de cobrar o cumprimento desses direitos fundamentais.



O papel da Rádio Assembleia na divulgação de conteúdo educativo e cidadão


Em um cenário onde a cobertura midiática tradicional frequentemente dedica pouco espaço para temas legislativos e educacionais, a Rádio Assembleia Legislativa do Amapá se destaca como peça-chave na promoção de conteúdos educativos e cidadãos, conectando o Poder Legislativo à população. Com uma programação acessível e um compromisso com a transparência, a rádio desempenha um papel essencial ao tornar compreensíveis os debates e processos políticos que impactam diretamente a vida dos cidadãos.


Gilberto Pimentel, jornalista e chefe da Divisão de Rádio da Assembleia Legislativa do Estado do Amapá, reforça a importância da emissora como veículo de comunicação pública. "A Rádio Assembleia é o canal direto de comunicação entre o parlamento e a sociedade," destaca. "Nossa missão é tornar acessíveis os conteúdos legislativos, utilizando uma linguagem clara e informativa para que todos possam entender o que se passa na Casa de Leis."


Gilberto Pimentel, jornalista e chefe da divisão de rádio da assembleia legislativa do Amapá.

Foto: Arquivo Pessoal


A Rádio Assembleia utiliza uma série de estratégias para ampliar seu alcance e tornar as informações mais acessíveis. Além de sua transmissão via 93.9 FM, a rádio está presente em plataformas digitais como YouTube, Facebook, e no portal da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), permitindo que o público acompanhe a programação de qualquer lugar, inclusive em dispositivos móveis. "A presença online nos permite alcançar um público ainda maior e interagir de forma mais dinâmica com a população," explica Gilberto.


A Rádio, através de uma proposta cidadã, com conteúdo educativo, ressaltando os direitos individuais, sociais e coletivos da sociedade, promove a formação crítica dos cidadãos ao transmitir, ao vivo, sessões plenárias e audiências públicas. Durante essas transmissões, os ouvintes têm a oportunidade de escutar, em detalhes, o posicionamento de deputados estaduais e demais envolvidos nos debates legislativos. "Isso permite que o público forme suas próprias opiniões sobre os temas discutidos, com base no que está sendo dito por seus representantes," afirma o jornalista.


A programação da Rádio Assembleia é diversa e busca atingir públicos de diferentes perfis, sempre com o foco na educação e informação cidadã. Entre os principais programas, o Assembleia Notícias se destaca por trazer atualizações diárias sobre as atividades parlamentares, com foco nas sessões legislativas, propostas de lei e outros eventos de interesse público.


Outro programa de grande impacto é o Bancada Feminina, transmitido às segundas-feiras, que aborda temas relevantes para o público feminino, como direitos das mulheres e o enfrentamento à violência doméstica. "Nosso objetivo com esse programa é empoderar as mulheres ao oferecer informações importantes sobre seus direitos e incentivar a busca por soluções para os desafios que enfrentam," explica o jornalista.


Já o Nosso Canto, transmitido diariamente, é uma celebração da cultura amapaense, com foco na música regional. Ele ressalta que o programa valoriza a identidade cultural do estado e mostra a riqueza dos artistas. O programa contribui para o fortalecimento dos laços da comunidade com sua cultura, fundamental para a formação de cidadãos conscientes e engajados.


A interatividade é outro ponto importante da rádio. O público pode participar ativamente enviando perguntas e comentários através das redes sociais durante as transmissões ao vivo, além de participar de entrevistas e debates diretamente nos estúdios da rádio ou durante eventos externos. "A participação do público é essencial. Queremos que as pessoas não apenas recebam informações, mas também se envolvam nos debates e manifestem suas opiniões," reitera ele.


A Rádio Assembleia frequentemente recebe representantes de movimentos sociais, estudantes e agentes públicos para discutir temas de interesse público, promovendo um espaço de diálogo e troca de ideias que fortaleça a democracia participativa. Como uma emissora pública, a Rádio Assembleia tem um compromisso direto com a transparência e o acesso à informação pública. Ao não ter fins lucrativos, a rádio pode focar exclusivamente em garantir que a população receba informações precisas e imparciais sobre os acontecimentos no parlamento estadual.


Essa prática de comunicação transparente estimula a participação cidadã e contribui para a criação de uma cultura de controle social, onde os cidadãos se sentem capacitados a fiscalizar e interagir com os poderes públicos. "A rádio não é apenas um canal de transmissão de informações, é um espaço de diálogo aberto entre o parlamento e a sociedade", reforça Gilberto.


 
 
 

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