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Curso de jornalismo promove evento de extensão sobre direitos humanos e inteligência artificial no contexto jornalístico

Evento reuniu especialistas para debater sobre os desafios e benefícios da inteligência artificial dentro das produções jornalísticas


Por Portal Ethos



Evento de extensão aconteceu na quinta-feira (7) na Unifap - Foto: Breno Pantoja/Divulgação 



O evento "Comunicação, Direitos Humanos e Inteligência Artificial: desafios contemporâneos para a prática jornalística", realizado na Universidade Federal do Amapá, no dia 7 de novembro, trouxe à tona discussões intensas e relevantes sobre o papel da inteligência artificial na comunicação e os impactos no cotidiano jornalístico. Além de demonstrar a necessidade da construção de um jornalismo com o olhar voltado para a garantia dos direitos humanos.


A plateia contou com 80 participantes, entre estudantes, jornalistas e educadores. Entre os palestrantes, a professora Helena Simões, doutora e pós-doutora em Educação, e o pesquisador Kenzo Soares, doutor em Comunicação. Além disso, o evento contou com uma mesa redonda com a participação dos jornalistas Arilson Freires, gerente da Rede Amazônica no Amapá, e Cleber Barbosa, apresentador do Grupo DIário do Amapá, e, ainda, com a pesquisadora Jade Figueiredo, mestra em Estudo de Fronteira pela Unifap. A mediação foi feita pelo professor Jacks Andrade, do curso de Jornalismo.



Evento contou com a presença de Jade Figueiredo, Arilson Freires, Jacks Andrade e Cleber Barbosa - Foto: Breno Pantoja/Divulgação


Na primeira palestra, a professora Helena Cristina Simões falou sobre o conceito crítico de direitos humanos, abordou como esses direitos são entendidos de maneira distorcida por grande parte da sociedade brasileira, que relaciona direitos humanos a “direitos para bandidos”. E, ainda, explicou a importância de o jornalismo ser pautado sob o viés do respeito e da garantia dos direitos humanos, e de abordar o tema de forma adequada. “É pelos meios de comunicação de massa, que a falta de compreensão dos direitos humanos é elaborada, então quanto menos a gente fala sobre isso, mas nós mantemos essa falta de compreensão sobre o que de fato é”, declara a Doutora.



A Dra. Helena Cristina Simões durante palestra - Foto: Breno Pantoja/Divulgação



A segunda palestra foi ministrada remotamente pelo pesquisador Dr. Kenzo Soares, voltando à discussão sobre o uso da I.A no jornalismo. Quanto à precarização do trabalho jornalístico, o Dr. Kenzo Soares alerta: “´E ao mesmo tempo, a gente tem uma automação por meio da inteligência artificial, que facilita ainda mais a produção de conteúdo em geral, um conteúdo amador, que coloca em cheque o mercado de produtores profissionais, e é um desafio, levando em conta que a maioria das pessoas se informam através dessas plataformas, ou seja, as pessoas confiam mais no Google, Whatsapp, do que nas notícias da imprensa, se trata de uma também do papel social do jornalismo”.



A segunda palestra foi realizada remotamente pelo Dr. Kenzo Soares - Foto: Breno Pantoja/Divulgação 


Após as palestras, foi formada uma roda de discussão composta por três profissionais da área de jornalismo e uma profissional da área de sociologia. A roda foi composta por Jade Figueiredo, Cleber Barbosa, Arilson Freires Gomes e pelo mediador Jacks Andrade. Foram abordados diferentes pontos de vista acerca do uso da IA aliada aos direitos humanos na comunicação social.



Cleber Barbosa, Arilson Freires, Jacks Andrade e Jade Figueiredo participaram da roda de conversa - Foto: Breno Pantoja/Divulgação


De acordo com o professor Jacks, “A participação neste evento, como mediador, em uma mesa de discussões com profissionais que atuam dentro da área da comunicação, é essencial para nós termos diferentes olhares sobre essa temática da inflûencia da IA no jornalismo, na comunicação social, na democracia, passando pelo viés dos direitos humanos e essa é uma oportunidade muito enriquecedora, pois temos a oportunidade de confrontar o que vem sendo construído e debatido teoricamente, com a prática profissional que nós já observamos no mercado”.



Professor Jacks Andrade do colegiado de Jornalismo - Foto: Breno Pantoja/Divulgação 


Os convidados discutiram como o papel da inteligência artificial pode ser uma ferramenta poderosa na coleta e análise de dados, além de contribuir para uma maior precisão na disseminação de informações. No entanto, destacaram também que o uso dessa tecnologia traz consigo desafios e dilemas, especialmente quando se trata de respeitar direitos humanos e a responsabilidade em manter a credibilidade e a ética na comunicação.


Acerca das vantagens e desvantagens do uso da I.A, Arilson Freires, Gerente de Jornalismo da Rede Amazônica, afiliada da Rede Globo no Amapá, reafirma a necessidade de abordar este uso de forma cuidadosa: “Nós devemos estar atentos para quando a inteligência artificial pode nos prejudicar, quando ela é vantajosa é mais fácil enxergar esse ponto positivo, devemos fazer mais checagens com relação ao uso desse artifício, para saber se aquilo que chega até nós é verdadeiro ou não, pois hoje a manipulação de áudio e vídeo está muito favorecido por esse instrumento”, declara o jornalista.



Arilson Freires, Gerente de Jornalismo da Rede Amazônica - Foto: Breno Pantoja/Divulgação 


Ainda sobre os questionamentos que o uso da inteligência artificial propõe, o jornalista Cléber Barbosa ressalva: “Com a inteligência artificial nós ainda temos uma interrogação, acho também que é necessário que se estabeleça um debate ético e eu tenho a sensação, de que mais uma vez que ainda vai se prevalecer o fator humano, o bom jornalista irá acabar prevalecendo a despeito da tecnologia, na verdade essa tecnologia virá agregar ao trabalho feito por nós, comunicólogos”. 



O Jornalista Cleber Barbosa da rádio Diário FM 90,9 - Foto: Breno Pantoja/Divulgação


Tratando sobre os direitos humanos, a Socióloga Jade Figueiredo trouxe a pesquisa realizada em 2022 sobre a letalidade da Polícia Militar do Amapá, que naquele momento era a maior no país, além da análise sobre um perfil numa rede social denominado ‘Devotos do Bope-AP’. A conta mostrava abordagens da polícia amapaense e era bastante exaltada pelos seguidores da página.

A pesquisa resultou na dissertação de mestrado de Jade, que mostrou, entre outras coisas, como o discurso de ódio e o apoio à violência policial eram comuns nessa plataforma digital.



A socióloga Jade Figueiredo - Foto: Breno Pantoja/Divulgação 


Outro momento foi a participação da Agcom - Agência Experimental de Jornalismo, que, graças a uma parceria com a Amazônia Vox, selecionou dois alunos do curso de jornalismo para estágio com bolsa. Os nomes de Mikael Marques, da turma 2022, e de Maria Clara Araújo, da turma 2021, foram anunciados no evento. Eles vão cobrir pautas jornalísticas voltadas à Amazônia.



Os estudantes Mickael Marques e Maria Clara durante premiação no evento - Foto: Breno Pantoja/Reprodução 


Além disso, ocorreu a entrega do Prêmio Agcom. O concurso premiou as melhores pautas dos acadêmicos do curso de jornalismo com o valor de R$500,00. As reportagens serão veiculadas nas redes sociais e no site da Agência. As produções tinham temáticas sobre os direitos humanos e sociais, como política, saúde, educação, meio ambiente e entre outros.



Premiação do concurso Agcom - Foto: Breno Pantoja/Divulgação 


O encontro foi uma oportunidade para a reflexão sobre o futuro do jornalismo em uma era digital. Mickael Marques destacou a importância de se debater sobre tecnologia: “A gente precisa falar sobre como a tecnologia está presente em diferentes profissões, incluindo o jornalismo, e nós como profissionais precisamos nos adaptar a chegada dela e a intensificação do uso da tecnologia nos processos de trabalho que nós estamos lidando”, disse o estudante.



O estudante Mickael Marques de jornalismo da turma 2022 - Foto: Arquivo pessoal






 
 
 

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